ATENÇÃO, MULHERES EM CONSTRUÇÃO!

ATENÇÃO, MULHERES EM CONSTRUÇÃO!


Algumas de nós, mulheres... e quero pensar que a maioria, sejam cisgêneros ou transgêneros, estamos totalmente abertas para esse contexto em que arregaçamos as mangas para crescer pessoalmente e profissionalmente neste planetinha de meu Deus. Outras já caminham em busca desse processo ou se veem ainda nas sombras ou espreitas de um longo percurso que requer resiliência e autoconhecimento. E sim, muitas mulheres ainda não compreendem que possuem escolhas ou condições de serem independentes, e mais, que podem se construir muito mais poderosas do que um dia imaginaram, fazendo isso de maneira harmônica. Afinal de contas, ainda escutamos muito... "você não dará conta".

 

A expressão "empoderamento" surgiu nos EUA na década de 1970 para debater questões civis e defender o direito de grupos oprimidos se desenvolverem. O termo empowerment que partiu da palavra power (poder) em inglês implica na doação de poder, benevolência, um poder que seria adquirido de fora para dentro do grupo de minorias e ganhou espaço nas redes sociais brasileiras a partir de 2000. Entretanto, com uma pitada de Paulo Freire, porque é impossível falar de luta contra o racismo e a favor do feminismo sem falar desse educador, o termo ganha significado especial no contexto da educação e filosofia. E então pensamos bem mais reflexivamente em um poder que emane de dentro para fora, entende? Curar o que nos corrói por dentro vai gerar forças para que possamos nos levantar de qualquer lugar em que estejamos.

 

E para que isso ocorra, haja autoconhecimento, inteligência emocional, empatia e respeito às diferenças!

 

Na prática, significa que precisamos tomar algumas decisões. Uma delas é formar uma rede de apoio, pessoas que possam colaborar de maneira gratuita ou paga para que na nossa rotina caibam trabalho, família, cuidados consigo, diversão, tempo para passar raiva evidentemente já que a vida não é um mar de rosas e, principalmente, para realizar sonhos. Essa rede de apoio não será suficiente para tantas resoluções importantes que necessitamos para continuarmos em busca de independência financeira, emocional e psicológica, mas é um começo que propõe solidez e gera possibilidades para mais e mais tomadas de decisões nesse percurso de criação, planejamento e organização. E sabe porquê? porque haverá colaboração ativa e isso vai nos fazer sentir mais acolhidas.

 

Rede de apoio em 2022 também pode surgir num grupo de facebook, numa roda de conversa, em coletivos que abordem as questões femininas. As redes de apoio também funcionam como mecanismos de proteção. Segundo Brito e Koller (1999), rede de apoio social é um “conjunto de sistemas e de pessoas significativas, que compõem os elos de relacionamento recebidos e percebidos do indivíduo”.

 

Outra decisão importante é se dar voz e explicar o que se precisa, nem sempre as pessoas conseguem perceber nas entrelinhas. Busque afinidades, faça uso da tecnologia para seu bem-estar, elenque tarefas para essa rede de apoio. Entenda que amizades mudam e está tudo bem, ou deveria. Dizem por aí que o  afeto feminino é considerado um bom remédio para gestões mais humanizadas, focadas em gerar e viver valores, mais integradas e com maior inteligência emocional.

 

Então, se possuimos o dom da palavra que façamos melhor uso dele para a nossa geração e das outras que virão. Atenção mulheres! Uni-vos, pois estamos em construção conjunta e apenas juntas podemos liderar mais e transformar o mundo em um lugar mais equânime, ou seja, um mundo com mais igualdade entre os gêneros.

 

No mês de reconhecimento internacional pela luta e direito das mulheres e que também começa com M de Mulher, março traz várias ações, palestras, eventos, comoções, movimentos, enfim, uma gama de momentos em várias partes do planeta em prol da conscientização das mulheres por meio da educação, de treinamentos e das palavras e ações de mulheres comuns, figuras importantes e até outras conhecidas em todo o globo.

 

Todo esforço tem sido válido para esse levante feminino que tem cada vez mais disparado com empreendimentos dos mais diversos ou como líderes engajadas. Acadêmicas, doutoras, inventoras, teóricas, artistas, sempre estivemos em todas as esferas e cada vez mais desabrochamos para os espaços que não se revelavam para todas nós.

 

Ainda existe um árduo caminho a percorrer, mas que bom que já existem vários trajetos que mulheres podem utilizar para se desenvolverem ou para empoderar outras. A grande questão é: as mulheres se sentem capazes? Os movimentos externos a elas as sensibilizam? Ou realmente, precisamos encarar internamente todas as cicatrizes que trazemos geração após geração para que possamos nos encontrar e só então abraçar totalmente a nossa causa e, principalmente, e não menos importante pedir uma licencinha com relação ao nosso espaço, dar um chega pra lá nos julgamentos alheios e também nos próprios, porque sim, nos julgamos e nos cobramos.

 

Mulheres, aqui vai mais de uma dica sobre decisões que precisamos elaborar: abram os ouvidos, escutem, entendam, busquem ajuda, se permitam, se libertem, leiam, estudem, trabalhem, cuidem-se antes mesmos dos filhos para que sejam capazes de cuidar muito melhor dos mesmos, como ajudá-los se estamos aos frangalhos. Mas se tivermos foco, estaremos mais fortes, com leituras de vida mais sensatas e nos planejando melhor. Rotinas? Façamos o melhor que pudermos e conseguirmos. Mas, façamos, porque criar bons hábitos com consistência é importante. Não sobre quantidade, é sobre manter o ritmo.

 

Nesse sentido, o apoio às causas femininas locais, estaduais, federais, internacionais deve ganhar cada vez mais força. Esse apoio se dá por meio do reconhecimento, compartilhamento, comparecimento, valorização de cada ação, legislações específicas, esclarecimentos, incentivo aos movimentos periféricos. As lutas femininas serão maiores e cada vez mais efetivas quando mais mulheres se envolverem. E sim, quanto mais homens também se sensibilizarem pelas causas. Vamos arregaçar as mangas porque temos muito o que fazer.

 

Podemos cada vez mais, e podemos sem segregação, podemos simplesmente porque somos seres sociais e se conscientes de tudo o que nos foi negado e o que pode ser cedido a nós nos sentiremos cada vez mais à vontade para tomarmos novos espaços, muitos de direito e de maneira que o constrangimento do outro que ainda não compreende a necessidade de se igualar as condições entre os seres humanos, seja tamanho que naturalmente as coisas entrarão no eixo. A política reconhecerá a força feminina, a economia estará aberta com muito mais incentivos para nós mulheres e estaremos no caminho mais curto, talvez, de equilibrar oportunidades, salários, direitos e obrigações. E o nosso posicionamento na sociedade influencia o tempo todo.

 

Mas, enfim, estamos em construção e ao que tudo indica a antifragilidade é o que nos move. O conceito de antifragilidade é pensado e discutido por Nassim taleb, um autor libanês que discute em sua obra o exato oposto de fragilidade. Para ele coisas se beneficiam com o caos. Enquanto o que é frágil não interage com o que possa prejudicá-lo por saber de sua qualidade, o antifrágil melhora, desenvolve, lucra. O autor nos faz refletir então que crises podem ser revertidas e que há crescimento em meio a incertezas. Se esse não for o caso das mulheres que mesmo com feridas que ainda ardem e pulsam evoluem com os impactos sociais, não sei mais como entender toda a história dessa nossa batalha épica.

 

As adversidades não nos impedem de tentar, de lutar, transformar e metamorfosear. E não estou apoiando aqui que nos acostumemos com a desordem, mas que possamos compreender que o cenário dos nossos combates são mais que conflituosos, sempre foram. A mitologia grega já fazia essa relação da criação como resultado do caos, assim como escreveu o poeta grego Hesíodo.

 

A questão é que sempre haverá uma voz feminina ecoando por aí, que dirá vozes, muitas vozes e mesmo que em meio a tantos ruídos.

 

Estamos em construção, repita comigo: estamos em construção, abertas para construção e não fechadas. Mudamos em conjunto aos movimentos, quem se perde acaba se rendendo ao desâmino, entretanto, pode se reencontrar, basta alçar voo novamente. Lutemos, encontremo-nos! Não poderia dizer diferente do que escuto sempre de mim mesma e de quem acredita na minha força.

 

Portanto, encoraje-se mulher, nós podemos cada vez mais, agarre-se em algo ou em alguém, organize sua rede, enlace outras mulheres, encorage quem faz mais pela causa, que possamos cocriar o nosso futuro com base nos resultados positivos dessa união feminina tão necessária. Que os manifestos e os eventos não percam força por falta de apoio, que ressoem além de março, que se reproduzam durante as quatro estações.

 

#estamosjuntasnessa

Ariane Galdino, Jornalista, Empreendedora e Mentora de Alto Impacto formada pelo Sebrae Delas. - 28/03/2022

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