CUIDE DO URGENTE, MAS NÃO ESQUEÇA O IMPORTANTE!

CUIDE DO URGENTE, MAS NÃO ESQUEÇA O IMPORTANTE!


Nesses tempos turbulentos em que vivemos, com grande demanda de stress para o ser humano que tem lidado com o medo de uma doença tão democrática, ou seja, como diria o clichê, que não escolhe classes, tenho vivenciado e refletido acerca de algumas coisas que gostaria de partilhar. Se você acompanhar a esse raciocínio até o final, com certeza, deixará um comentário, o teor deste é com você. Que seja bom. Assim espero!

 

O stress tem me deixado muito a flor da pele e, ultimamente, tenho procurado momentos de quietude para ordenar as coisas do dia a dia, retomar estratégias ou refazê-las, porque isso, é às vezes, desgastante. Enquanto divido essas coisas com vocês, me coloco nesse lugar, de dizer coisas também que possam me ajudar a organizar o pensamento, prioridades sem tanto sofrimento, já que gosto de escrever e pesquisar. No início da crise, que para eu começou ainda no final de fevereiro, já que foi quando acionei minha luz vermelha de que algo grande e forte estava chegando para bagunçar o nosso planejamento, me senti como se estivesse sendo achatada por diversas questões com as quais ainda não estava (e ainda não estou plenamente) forte suficiente para lidar.

 

Com parentes e amigos morando fora do Brasil, já sofrendo com a pandemia e desdobramentos econômicos e além de estar sempre de olho nas notícias de diversos meios de comunicação, me veio antes de pensar que passaríamos por uma quarentena a barra que enfrentaríamos no nosso mercado (do negócio da minha família) diante da alta do dólar e de tantas mudanças no oriente.

 

No momento, fui egoísta de não me ater a questão sombria da doença, me preocupei com o negócio como um todo, mas ainda estava digerindo a periculosidade desta. Pensava eu, que vivia mergulhada no mundo das teorias e práticas políticas e econômicas mundiais, por um longo período, enquanto docente de teorias política e econômica do curso de jornalismo, que enfrentaríamos algo parecido com as coisas que lia a respeito da revolta da vacina em 1904 que ocorreu no Brasil, do craque da bolsa em 1929, guerras mundiais, enfim... como os livros sempre dão ênfase aos desastres capitais, estava lá eu “pirando na batatinha”, enchendo os ouvidos do meu marido sócio, e tentando antever o mercado para resguardar as nossas empresas e tudo o que essas envolvem (família, pessoas, clientes, fornecedores, investimentos, patrimônio em geral).

 

Como a mídia sofre muitos impactos políticos e apresenta parcialidades em determinados assuntos, já se discutia isso na década de 1950 quando Assis Chateaubriand inaugurou a primeira TV do Brasil, posso dizer sem dogmatismos, ou seja, com conhecimento, que vale a pena estar de olho em tudo um pouco e não se prender a apenas um meio de comunicação, seja rádio, jornal impresso, televisivo, internet então! Tudo para que possamos saber lidar enquanto cidadãos cá embaixo na pirâmide de classes sociais ou hierarquia política.

 

Aqui não cabe julgamentos, apenas partilha de quem tem tentado criar arestas em determinados assuntos e aprendido a deixar quieto outros por instantes, horas ou dias, questões que não são urgentes, mas são importantes. O que quero dizer é, penso que deva existir o momento da luta interior contra o que quer nos boicotar. Sabe aquele dia em que você levanta “zureta” como diria minha mãe, com a cabeça transbordando, pois é.

 

No último artigo, fiquei dando dicas de coisas que estou fazendo e estão colaborando para manter a sanidade. Perguntei quem somos diante do hoje, analisando meu comportamento também. E diante de tantas falas na minha cabeça, família que mora fora e de uma mídia que retalha a informação com vistas a interesse próprio... gritei dentro de mim, epaaaa... isso vai me endoidar. Preciso ir por partes.

 

Hoje vou resolver isso que é urgente, e isso que é muito importante e que não posso fazer muito mais do que a minha parte a respeito, continuarei a refletir. Até lidar de maneira mais produtiva e menos sofrida.

 

Já é sabido que cada um tem uma maneira de lidar e elencar o que é mais importante na vida, isso é fato e sempre existirão discordâncias. Mas, tenho aprendido que algumas coisas não me cabem sofrer doloridamente porque não as posso resolver com as minhas mãos, com a minha capacidade de raciocínio, de realização, e por isso, tenho cuidado do urgente, mas sem esquecer o importante.

 

Nesses dias, ouvi de um mestre em técnicas de Mindfulness que compreende estudar dentro da meditação como treinar sua atenção serenamente (se é que é possível, calma! Explico), a capacidade do que nos acontece e na hora que acontece como os eventos se desdobram dentro de nós. Tenho tentado ruminar isso sem que me estresse já que exige disciplina, e disciplina às vezes me faz sentir acuada em vista de que, tenho que realizar algo de maneira metódica, é ou não é? Pois então, só que aplicando bem pouquinho ainda o que tenho ouvido, tenho conseguido em alguns temas do meu cotidiano separar as coisas que são urgentes das que são importantes e que por isso, não devem ser esquecidas.

 

O que quero dizer é que continuo refletindo acerca da doença, da morte e dos traumas dessa crise peculiar, com mais profundidade até do que no início do meu desespero quando as notícias dos amigos chegavam.

 

Mas agora, tenho entendido que a pandemia não será enfrentada de maneira igual por todos nós porque alguns podem ficar em casa totalmente, outros por um período, outros não podem e que a gente precisa aprender a lidar com esse vai e vem que contraria as normas de isolamento, já que como joguetes de um sistema capitalista e governamental que não consegue nos respaldar financeiramente e completamente (independente de quem seja o chefe de estado), decidi fazer um por cento do que o professor Mark William orienta dentro dos seus estudos do que seria o Mindfulness, que propõe gerir as preocupações e stress. Tenho tentado então, parar de fugir do predador que é fruto do meu próprio comportamento.

 

Tentando é a minha palavra para o momento. É claro que não quero reduzir aqui a técnica que é fantástica dizendo que estou tentando ou que faço 1%, mas quero partilhar que pensar sobre como a parte emocional do meu cérebro tem estado sobrecarregada e que eu sou responsável 100% pelo tamanho da carga que esse sustenta, está me fazendo pensar que o professor de Oxford, Mark William tem razão quando diz que “ninguém pode correr rápido suficiente para fugir de suas preocupações”.

 

E aí me veio uma fala do professor e filósofo Mário Cortella, em que ele diz em um dos seus vários e reconfortantes vídeos sobre as coisas da vida que, nós devemos “cuidar do urgente, mas não esquecer o importante”. Então, vejam o meu desafio nesse momento: considerar as partes sem esquecer nenhuma e tentar fazer isso de forma serena, para só então buscar os outros passos da técnica Mindfulness que vão me pedir para desacelerar... até que eu consiga manter a atenção plena e consciente no que estou desempenhando. E não apenas realiza-las de modo inconsciente e desesperado.

 

Comecei entendendo que nesse momento preciso cuidar do meu estado emocional, e tenho feito, que preciso cuidar e proteger minha família, orientar colaboradores sobre uso de máscaras, possibilitar os cuidados que devem ser constantes com a higiene dentro e fora dos nossos espaços, continuar evitando aglomerações, ir até o meu cliente de forma segura para que ele também possa se resguardar, e entendi que ele ficando em casa resguardará outras pessoas que não estão.

 

Entretanto, de maneira menos desesperada, menos despreparada, diferente de como fiz no início da quarentena, que pessoalmente, penso que agi muito toscamente, minha família demorou três dias pra cair a ficha. A conexão com tudo ao redor era fraca e o download não ia porque jamais vivenciei essas coisas. E tudo sem muita segurança do que estava acontecendo e do que ainda estava por vir. Logicamente, muitos pequenos e médios empreendedores perderam o chão como eu, em todos os setores da economia, a indústria levou um surdão no ouvido e os colaboradores saíram gritando salvem-se quem puder.

 

Fizeram até um meme muito triste por sinal, porém com nuances de ser algo a oferecer muito humor, em que o filme Titanic (1997) foi parodiado e vimos ou revisitamos, pra quem o assistiu, todo aquele desespero daquela big embarcação que se partia e que na vida real deixou mais de 1500 mortos a deriva no oceano Atlântico Norte.

 

Então, o Covid-19 surgiu num lindo dia de sol, como um machado sendo cravado em várias partes de um tronco separando, matando muitas das formiguinhas que caminhavam preocupadas e apressadas para seus lares, já que os besouros que querem comê-las e comer a comida pairavam no ar. Tinha também o inverno que ameaça seu bem-estar a todo tempo. Esses desafios fazem com que elas lutem tão pequenininhas diariamente a fim de prolongarem suas vidas ao máximo. Parece a narração de um conto de mau gosto e de terror.

 

Mas veja bem, essa é uma analogia que serve pra minha vida! Diga-se de passagem, os besouros são os impostos e o inverno são os tempos sombrios em que vivemos. Enfim, o que temos feito enquanto humanidade se não ir e vir de lugares em busca de capital para mantermos as necessidades básicas, parcerias, negócios, etc? Alguns têm até a sorte de alcançar regalias. Levamos e buscamos as crianças ou elas vão de algum jeito em busca de conhecimento, porque o mundo é um lugar terrível para os não letrados. Isso é muito angustiante. E a grande maioria tem muitas responsabilidades.

 

E agora esse “epaaa” mental, sobre o qual conto pra vocês, veio do fundo da minha alma me dizer que devo continuar a refletir da melhor forma acerca da doença, da morte e dos traumas dessa crise peculiar. Que devo agir diante das minhas possibilidades. E que devo ser mais consciente no meu dia a dia me concentrando no que é o urgente, enquanto esses tempos ruins perdurarem. Ser persistente nas tarefas, como essa que tenho feito, dialogar semanalmente comigo mesma e dividir com vocês as conclusões dos meus questionamentos. Praticar o 1% dessa técnica tem me trazido momentos de respiro, em meio a tantos que faltam palavras pra expressar o tamanho do fardo.

 

Que sigamos nos reanimando dia após dia, em busca do nosso 1% de refrigério, porque precisamos sobreviver a tudo isso.

 

E cogito que se agirmos ativamente, mesmo que tendo que rever diariamente os nossos planos, mas em prol dessa sobrevivência e para manter o mínimo de sanidade, o ideal pode acontecer pra gente: ganharemos a guerra e muitos se salvarão.

Ariane Galdino, jornalista, empreendedora e curadora do blog. - 29/05/2020

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