Você está preocupado com o desfecho de 2020?
Ainda não dá pra afirmar que a crise consequência do Corona Vírus é a pior desde a depressão de 1929 que durou pouco mais de 4 anos e teve desdobramentos por mais 3 anos em “N” setores da economia global, lembro-me de estudar os efeitos desta durante o ensino médio e na faculdade, quando cursei jornalismo.
O estudo já na graduação perpassava os pontos de mudança de perspectiva econômica e política com relação a decadência do liberalismo e como durante esse período tenebroso da nossa história, a comunicação colaborou minimamente para que os planos de contingência da crise fossem melhor entendidos e executados, já que o mundo embarcava em uma guerra política com o acirramento do comunismo e fascismo que eram alimentados pela desilusão extrema com o liberalismo econômico.
No final das contas, a bolsa de valores, protagonista da crise, que entre 1921 e 1929 cresceu cerca de 500% despencou de um precipício. Três a cada 10 empresas deixaram de existir, bancos faliram e como os EUA eram o campo fértil da economia mundial, bancos investidores de todo o mundo caíram junto. A bolsa americana se recuperou dignamente quase 25 depois... mas, também nesse meio tempo ocorreu a 2ª guerra mundial, mais um atraso para a humanidade. A história é longa, complexa e cheia de opiniões opostas, vale mais que um período de 6 meses de estudos de teoria econômica para esmiuçar os detalhes.
Em 2020, assistindo a tudo e sentindo todos os efeitos como empreendedora, posso dizer que ter problemas econômicos atrelados a uma incerteza relacionada à saúde é algo realmente bastante perturbador, não sei e não quero saber se é maior do que ser atingido numa trincheira de guerra. Não consigo imaginar receitas de bolos ou respostas prévias com relação ao nosso futuro.
Certo é dizer que o medo que percebo nos amigos e empresários gira em torno do amanhã, literalmente. Esse medo está acerca de um tempo de curto prazo, medo da próxima semana, do próximo mês até sua extensão relacionada ao fechamento do ano. Arrisco a dizer que todos os setores estão instáveis, sem estratégias de longo prazo com embasamento sólido. E quem consegue empreender estratégias, o faz de maneira a projetar variáveis em torno de consequências, mudanças rápidas de cenário, enfim, com planos B, C, D e por aí vai.
Além disso, existe o pânico causado por uma doença que se alastra não só visível aos olhos, mas também de maneira assintomática para a qual ainda não existe um tratamento específico mais assertivo ou vacina, mesmo havendo um percentual considerável de curados e pesquisas relevantes em andamento.
Em meio a esse cenário caótico, tentamos continuar projetando, vivendo um dia de cada vez. Muitos calculam, criam planilhas, gráficos, buscam rever números, gerar um plano de ação que seja flexível para cada questão que avaliada se mostra carente de perspectivas. Tudo de olho na ciência e nas possibilidades de uma doença que pode matar e tem matado muito.
O cenário tem mudanças rápidas, a coisa se transforma do dia para a noite. A economia que não encontra lugar firme e não se acomoda já tem levado após quase dois meses (estamos em 10 de maio) de uma quarentena desorganizada e nada homogênea no Brasil, muitos à bancarrota, bolsa de valores a loucura e supervalorização de produtos e moedas. E claro que infelizmente a pior demanda de todo esse período tem sido a morte de centenas de pessoas espalhadas em todos os continentes, isso é importante frisar.
O período crítico da crise de 1929 durou até meados de 1933, quando o recém chegado ao governo dos EUA, Franklin Roosevelt que substituía Herbert Hoover, implementa o New Deal, que seria um acordão para recuperar os prejuízos e prejudicados estadounidenses. De 1933 a 1937 o objetivo do governo Roosevelt era recuperar a economia que contou com um baque no PIB de 50% de queda, e média de 60% nas importações e exportações que despencaram. Esses dados você encontra em resumões de fontes seguras disponíveis no google ou no Brasil Escola, caso queira aprofundar.
Muitos desempregados pelo mundo a fora, foi o que a crise 1929 gerou, e o Brasil que tinha 70% de sua economia voltada para o café e os EUA como seu principal consumidor, além de outros países, foi muito prejudicado. O nosso país que adotava uma economia arcaica amargou a desvalorização do mesmo com sacas e sacas estocadas sem ter para quem escoar.
Getúlio Vargas, presidente provisório que depôs Washington Luiz em pleno golpe que impediu a posse de Júlio Prestes, então decidiu comprar o que estava parado para impedir que o preço da saca de café caísse ainda mais. O café comprado era queimado, sim... era queimado e isso se estendeu por mais de 12 anos. A história conta que cerca de 78 milhões de sacas de café foram incendiadas nesse período.
Em plena década de 1930 e de revoluções pelo mundo, o Brasil também entra na onda em movimento liderado por Minas Gerais, maior interessado já que erámos os tops em produção de café da época, Paraíba e Rio Grande do Sul que discordavam com a escolha do presidente deposto.
Enfim, o assunto também é longo, mas só pra que avaliemos o seguinte: a situação que foi bem punk, rendeu conflito armado e tudo, e apesar das pestes que assolavam a saúde da humanidade na época, nada se comparava ao que temos hoje, mesmo levando em consideração os novos tempos de privilégios, com o avanço das tecnologias, ciências, mundo globalizado, mais alfabetizados no planeta e as centenas de coisas que seguiram sua derradeira evolução.
Essa rápida visita na história do craque da bolsa e situação destrambelhada que se instaurou no Brasil (e em vários outros países) é só para dizer que, sim! Todos temos medo. Dependemos de uma tríade que é composta por poderes – Legislativo, Executivo e Judiciário, banqueiros, organizações de fundo internacional, interesses de investidores, olhos estrangeiros, atitudes governamentais. E, infelizmente, há muito mergulhamos em uma crise política polarizada e cega.
Nós, dependemos de muitos para que a engrenagem no seu todo funcione, e o processo é lento. Quanto maior a engrenagem, maior a força a ser exercida sobre esta para que a mesma gire, é questão de raciocínio lógico... por isso, façamos os movimentos necessários para acalmar a nossa mente.
Porém, o medo abre arestas de reflexão: ele pode nos impedir de fazer algo, ele pode nos impulsionar a agir. Impedir por medo de sair do lugar e ir para um não tão bom como o que estava, ou sair do lugar e abandonar aquele lá que te estagnava, mas o fazia sentir seguro. Se você vai fazer um ou outro, depende apenas de você, porque cada um arrisca o que tem e muitos o que não têm, depende do nível de coragem, fé e estudo em torno das oportunidades e possibilidades que cada um prevê.
O que quero dizer é, nós que somos empresários, colaboradores, professores, seres humanos em geral, precisamos ultrapassar a barreira do medo e olhar adiante sem tirar os pés do presente, por enquanto, precisamos andar por nós mesmos, inovar, estudar, aproveitar a democrática internet e ir além do que tenta nos impedir.
Ser o melhor no que fazemos, fazer de bom grado, não importa o tipo de profissão, cargo e preocupação que tenhamos. Se essa crise é ou não pior do que uma crise que ganhou de uma guerra mundial o título de o pior período econômico da história, o que nos importa agora é inovar nos sentimentos e buscar condições psicológicas que nos possibilitem focar na nossa sobrevivência, na sobrevivência das nossas famílias, dos nossos negócios e empregos. Abusar de solidariedade mútua. Vivemos num país pobre, com muitos desprivilegiados que com certeza contarão com os mais abastados e também auxílios governamentais.
O melhor que temos a fazer é planejar sim, ler, pesquisar, buscar soluções, porque nenhuma ideia agora é perdida, devem ser autocriticadas e colocadas no lugar da dúvida antes de serem jogadas no lixo.
Todos nós temos capacidade de aprendizado, de nos abrir para novas reflexões, basta ativarmos a boa vontade de buscar no nosso interior a força de que precisamos para sobressair. Lembremos sempre, dependemos de muita vontade política para que as coisas caminhem, mas mais do que isso, dependemos da nossa vontade própria de insistir no que acreditamos.
A crise está aí, é política, econômica e de saúde, mas prossigamos. Pessoas têm encontrado saídas e se destacado, outras tem encabeçado ações sociais de suma importância, outras compartilham conhecimento. Você não está sozinho nessa, estamos todos passando por esse momento. Reflita - Quem é você em meio a toda essa problemática?
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