Em 2023, ative o modo transformação!
Nos últimos três anos, um turbilhão de situações e de desavenças permearam os cenários políticos, econômicos e sociais no mundo. No Brasil, ainda tivemos a interferência de uma crise identitária, caos sanitário com a pandemia, polarização política, diversas questões de vulnerabilidade social. Muita informação, muitos conflitos de dados e mesmo com tudo isso, acompanhamos as possibilidades de reinvenção por parte de muitas pessoas.
Vi muitas micro e pequenas empresas fecharem as portas e outras abrirem. Vi também algumas reabrirem ou ressurgirem no mercado de maneira repaginada. Percebi que o nível em que as pessoas se arriscam para empreender tem sido maior e talvez por isso também é maior o número de desiludidos com a experiência.
Segundo o boletim Mapa das Empresas divulgado pela Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia referente ao primeiro semestre de 2022, “99% das corporações brasileiras são representadas pelas micro e pequenas empresas (MPEs), o que representa 27% do Produto Interno Bruto (PIB) do país”. O número de empreendedores vem crescendo uma vez que “a taxa de desemprego chegou a 14,4% em 2020” com o fato da pandemia.
Entretanto, em relação ao mesmo período “do ano anterior, a temporada de 2022 registrou 3,2% a menos de novas empresas, assim como aumentou 23% na estatística de quantas organizações fecharam as portas no primeiro quadrimestre do ano em relação a 2021”. E em conjunto com toda essa problemática da crise sanitária que iniciou em dezembro de 2019, comecei a me envolver cada vez mais com a missão de Empreender, mas numa perspectiva não só como praticante e observadora, mas mais crítica do mercado e rememorando minha época de docente passei a pitacar e compartilhar experiências, além de aprendizados através do instagram @arianegaldino_reinventa, o qual dei início em março de 2020.
Estar mais envolvida pelas redes num espaço diferente que o pessoal, me fez ver quantas empresas entravam em colapso por causa da visão míope que desenvolviam no mercado através de ações imaturas ou não refletidas. Através da minha participação em entidades de cunho coletivo vi empreendedores afoitos, focados em resultados rápidos, queimando etapas de processos e muitas vezes realizando etapas que teriam que ser desenvolvidas simultaneamente de maneira separada e espaçada, o que perceptivelmente interfere no futuro do negócio. Muitos líderes perdiam o que entendo como tempo da ação, dessa maneira o momento de agir passava e o retardamento das ações impactava em prejuízos irreversíveis.
Cada vez mais vejo na falta de capacitação e busca por uma assistência especializada os maiores motivos para o desânimo do empreendedor, principalmente do pequeno, porque tudo acaba atingindo o bolso. Em contrapartida, observo que o diálogo e a abertura para a inovação promovem cura nos espaços empresariais. Podemos alçar de alguns vieses como ouvir um pouco mais, entender olhares diversos, ler sobre economia, olhar a equipe de modo mais humanizado e se disponibilizar mais a entender o processo do próprio negócio para melhorar a caminhada.
Investir em um negócio é complicado, muitas vezes as economias de anos vão embora rapidamente porque não se sabe ou não se pensou em fluxo de caixa, tem também o medo de sair da caixinha e essas coisas nos deixam paralisados.
A partir do meu envolvimento em projetos com mulheres, tenho conhecido várias micro e pequenas empresárias com vasto potencial, algumas que assim como eu precisavam apenas criar um pouco de conexão consigo mesmas e suas vontades, outras que mudaram de vida quando descobriram que o segredo estava em trazer de volta a força da essência do que as levou a empreender, muitas com sede de estudar mais a fundo as estratégias de seus negócios e se distanciarem do que entendemos hoje como síndrome da impostora. Vejo muita criatividade e uma busca intensa por soluções, e me atrevo a dizer que não é só por uma questão de continuidade do negócio, mas também porque acreditam na renovação e nos frutos de se tornarem referência.
Durante a trajetória profissional e pessoal é de suma importância compreender cada passo dado, como foi estruturado e executado, não só avaliar, mas buscar a compreensão da dedicação, de maneira que se perceba a partir das pequenas vitórias o quanto essas são importantes e dão ritmo à busca por objetivos maiores.
O resultado mais satisfatório acontece quando além de desejarmos a mudança nos disponibilizamos prontamente para ativar toda a transformação. O que começa quando nos atentamos ao modo como reagimos às demandas e qual é o nível de autocobrança que nos permitimos alcançar os objetivos.
Acionar determinados mecanismos de defesa e realizar algumas abordagens ajudam a combater o desânimo e o achar que não existe saída se o mais difícil já foi realizado que é abrir o negócio, como por exemplo, fortalecer o nosso interior quando ampliamos o autoconhecimento, recuperar os valores que impulsionaram a vontade de empreender e reconhecer as forças internas, bem como as ameaças.
Para 2023 desejo que mais empreendedores e empreendedoras acreditem nas suas forças internas, invistam em conhecimento próprio e no das equipes, além de valorizarem as essências dos seus negócios. Que mulheres possam se curar da síndrome da impostora e apostar no protagonismo das próprias histórias.
Para ativar a transformação em 2023, características devem ser lembradas, dentre elas a humildade para ouvir e buscar alternativas, porque a tomada de decisão pode ser fruto de uma análise de vários fatores e não necessariamente precisa ser solitária.
Habilidades como a criatividade que soma muito quando nos sentimos paralisados diante questões externas que o meio nos apresenta, deve ser trabalhada. E jamais sucumbir por falta de foco ou de acreditar nas potencialidades que o localismo nos oferece... as crises sempre vão existir, por isso nunca tire os olhos da sua cidade e região. Como se comportam? Quais as oportunidades oferecem? Quais as dores precisam ser curadas? Precisamos nos automotivar, valorizar o comércio local e todo seu potencial.
Envolver-se desesperadamente pelos problemas que não conseguimos resolver nos puxa tão pra baixo que esquecemos de ganhar fôlego, porque até pra isso precisamos criar critérios, refletir as urgências, os imediatismos, pensar se tem conserto, aonde buscar ajuda ou como buscar.
A engenhosidade, a imaginação, a invenção, a fertilidade e a produtividade são sinônimos de criatividade, cada um possui um significado que nos impulsiona a agir, por isso criatividade é a habilidade do século XXI, quem disse isso? O National Research Council, “uma organização norte-americana que faz pesquisas sobre temas importantes da sociedade para ajudar governos a desenharem políticas públicas, reunisse especialistas para definir quais são essas competências”. Essa pesquisa foi solicitada por um grupo de fundações em 2012 e o resultado foi publicado em um livro chamado Educação para a vida e para o trabalho: desenvolvendo transferência e habilidades do século 21, e a ideia foi a de antever as necessidades que permeiam os espaços produtivos, além de gerar clareza.
Quanto mais nos aproximarmos de uma economia criativa com base num capitalismo mais consciente, que ofereça oportunidades de crescimento pessoal e profissional não somente para quem se arrisca a ser realizador ao abrir um negócio, mas também para quem está envolvido no mesmo como colaboradores e forncedores se mostra um caminho desafiador, entretanto, com vistas a um olhar mais coletivo e solidário. Quando se tem projeto de crescimento mútuo, a tendência é que exista a chance da performance ser muito melhor, além de muito mais responsável em que se vê resultados mais impactantes.
Mahatma Gandhi dizia que se “pudéssemos mudar a nós mesmos, as tendências do mundo também mudariam. À medida que um homem muda sua própria natureza, também a atitude do mundo em direção a ele muda. Este é o mistério divino supremo. É uma coisa maravilhosa e a fonte da felicidade. Não precisamos esperar para ver o que os outros fazem”.
Que 2023 seja um ano não só de boas possibilidades para todos aqueles que trabalham no comércio, na prestação de serviços e na indústria em geral, mas de saber reconhecer e aproveitar as oportunidades, de investimento em conhecimento e autoconhecimento. Que possamos nos transformar.
Referências:
GANDHI, M. The Collected Works of Mahatma Gandhi (Vol. 13, C. 153). New Delhi: Publications Division Government of India, 1999.
Comentários
Bel Mendes
Vou pintar tudo e colar na minha agenda....
Perfeito.....
06/01/2023 12:43
Bel Mendes
Vou pintar tudo e colar na minha agenda....
Perfeito.....
06/01/2023 12:43
Bel Mendes
Vou pintar tudo e colar na minha agenda....
Perfeito.....
06/01/2023 12:43
José Maurício Barbosa da Costa Pereira
Sucesso!!!
06/01/2023 13:24
Ju Gaia
06/01/2023 23:54
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