PESSOAS, O QUE PRODUZEM JUNTAS?

PESSOAS, O QUE PRODUZEM JUNTAS?


A resposta é realmente simples de se dar, mas complexa quando analisamos o conjunto de coisas que nos compete refletirmos ao tratar de cultura. Sim, tudo o que compartilhamos em grupo, de crenças a hábitos produzem a cultura de uma determinada sociedade.

 

Por isso, a cultura serve como trampolim para alavancar os negócios e alcançar os resultados imaginados, porque se você une mais pessoas ou como a nova moda do mercado proclama, se você evangeliza indivíduos e consegue guia-los nos parâmetros das suas causas nesse contexto, sim, você possui uma vantagem no seu negócio. Entretanto, se não é o caso, faz-se necessário pensar a respeito da necessidade de estruturar e comunicar um conjunto de valores que não são negociáveis ou podem ser com a evolução dos cenários, além disso, compete avaliar a possibilidade de se introduzir elementos que melhorem o foco das ações do grupo.

 

Em meio a uma pandemia, por exemplo, acredito que a cultura da empresa possa sim blindar as estruturas sanando as fragilidades provocadas pelo processo sócio-político e econômico vivenciado.  É importante que a cultura organizacional seja sensível às mudanças, o apego pode ou não prejudicar o crescimento e nível de inovação. Depende muito da solidez das bases desse negócio, penso.

 

As empresas desenvolvem ou assumem tipos de culturas diferentes, como não sou especialista no tema não me aprofundarei, entretanto como empreendedora e conhecedora do meu negócio compartilho a visão de que é importante pensar os pilares da cultura empresarial. Redigir e avaliar qual é a missão, a visão e os valores da empresa são questões importantes e que devem ser revistos e contextualizados periodicamente ao que você e seu negócio como um todo vivencia.

 

Por ser complexo e sofrer interferências do tempo e de todas as coisas que o circunda, muitos autores discutem vertentes diferentes, discordam e concordam de determinados pontos. Fato é que geralmente, se ouve falar em pelo menos quatro tipos de cultura.

 

Quando existe adesão pela Cultura do Poder, por exemplo, isso indica que os colaboradores são estimulados num espaço competitivo, no qual o líder é o dono e centraliza as decisões. Isso é comum em pequenas empresas, além disso, muitas literaturas taxam como ponto negativo desta a “limitação de crescimento dos profissionais”. Prefiro acreditar que não é preciso generalizar quando vivenciamos tempos tão criativos e de maior colaboração e respeito pelas equipes que lideramos. Então, sim, em pequenas empresas que tenham boas mentalidades e utilizam seus recursos corretamente com vistas à inovação, na minha visão existe espaço para o desenvolvimento de pessoal.

 

A Cultura de Tarefas traduz dentro da empresa uma autonomia maior aos colaboradores para resolução de problemas e motivação da criatividade. O especialista sobre esse tema que é um dos mais citados quando se trata do assunto, o filósofo Charles Handy, diz que a consequência negativa aqui seria a dificuldade de monitorar esse profissional. Mas, acredito que mais uma vez as empresas, atualmente, possuem acordos mais modernos com seus trabalhadores e ferramentas interessantes que não só motivem essa liberdade, como também gerem vínculos bem mais profundos de reciprocidade e envolvimento.

 

Quando o colaborador é o centro de suas ações, ou seja, tem ouvidos para suas opiniões, sendo respeitado e com possibilidades de crescimento, falamos de um tipo de cultura que de certa maneira oferece mais qualidade de vida ao grupo, sendo conhecida como Cultura de Pessoas. É como se todos estivessem teoricamente num mesmo patamar hierárquico ou num processo menos rígido de trabalho. Diferente da Cultura de Papéis, por exemplo, quando se tem uma estrutura hierárquica mais solidificada, com regras e obrigações claras.

 

Charles Handy vê essa cultura como “engessamento dos processos”, o que não favorece inovações ou mudanças e ainda prejudica, na visão do filósofo, o crescimento da empresa. Além dessas existem outras categorizações como Cultura de Processo (prioriza baixo risco e tem feedback lento) e Cultura de Trabalho Duro (prioriza o risco e tem feedback rápido).

 

Mas, como disse inicialmente não é a minha missão nesse texto de aprofundar tanto nesses aspectos, o que gostaria mesmo de tratar como desafio é a necessidade de se pensar de maneira estratégica e também sensível o que as pessoas produzem juntas e para isso precisamos ter na ponta da língua o porquê da existência da empresa ou a partir de quais valores se baseia para resolver as dores que acredita que seu cliente possui e aonde deseja chegar com seu negócio?

 

Como micros e pequenas empresas ou empreendedores autônomos, precisamos estruturar o nosso sonho. Compreender quais são as bases do negócio para o cliente, quem é o cliente? Às vezes, o que imaginamos ser perfeito, necessário ou de interesse tem menos importância do que outros aspectos que estão ligados à qualidade do serviço ou tipo de relacionamento que se tece com quem consome seu serviço ou produto. Ou ainda, está relacionado ao chão do seu negócio, quem fabrica ou vende. Aquele que replica sua mensagem! Sua equipe de trabalho.

 

O cliente quer ser ouvido. A equipe quer ser ouvida e você quer ser ouvido. Pensa se todos falam ao mesmo tempo? Cada um com sua propriedade e causa de conhecimento, cada um jogando para seu lado. Isso acontece muito? Eu penso que sim. Fui por muitos anos uma líder muito rígida e estressada porque almejava coisas que nem sempre faziam sentido nos aspectos necessários. Apesar de sempre observar nosso cliente e buscar respostas que muitas vezes vieram e ainda vêm a partir de pesquisas, enquetes, bate papo no ponto de venda com equipe e consumidor ainda temos que dobrar o esforço, e isso acontece cada vez mais, porque as coisas mudam.

 

Aprendi com a convivência, autoanálise, consultorias, assistência de coach’s, conselhos de amigos, treinamentos mentais no sentido de me policiar diante hábitos com retornos negativos e, principalmente, aprendi porque tenho um parceiro de negócio e de vida antenado, comercial e aberto. Um aprendizado que se mostra contínuo.

 

Então, penso que emoção faz parte da base do meu negócio. Mas, quais os tipos de emoção que trarão os resultados almejados? Como utilizá-las a nosso favor? Como evangelizar a equipe a abraçar sua causa e fazer seu cliente entender o carinho e a gratidão por todas as vezes que ele te escolhe? Por isso, compreender hábitos e suas consequências é imprescindível.

 

Lidamos com pessoas todo o tempo, aproximamo-nos e nos disponibilizamos. Entendi então que fazer isso de maneira extremamente calculista e fria não faz parte da cultura empresarial que tem como base dar sentido ao fato de querer estar presente nos momentos especiais dos consumidores. Fazer o nosso colaborador compreender o tamanho da responsabilidade dele no momento da venda de um par de alianças, um anel de formatura ou noivado, o primeiro brinco da bebezinha, aquele presente folheado no qual foi investido até 15% do salário de um dos nossos clientes... exige bons hábitos, emoção e carinho da nossa parte para entender o grau de sentimento que pode de maneira mais que natural estar envolvido em cada atendimento.

 

É muito maior do que um script com respostas curtas, respostas prontas seja para suprir uma reclamação, elogio ou sugestão. É preciso equilíbrio para dar conta de perceber as possíveis reações, consequências, desdobramentos e trabalhar para que as coisas fluam, funcionem de modo que exista uma razão na existência do negócio. Perceber não é a mesma coisa que adivinhar.

 

A percepção é validada pela sensibilidade. Você apreende através de vários elementos os quais possibilitam sentir a partir da interferência do social sabe. E essa salada de sentimento quando rascunhada por sobre as regras do jogo comercial que exige de você análise, raciocínio, sensibilidade, tomadas de decisões com base em indicadores que são as respostas do seu cliente só pode leva-lo a uma conclusão: A cultura organizacional sempre importa.

 

O comportamento, a atitude, os valores, a visão de futuro que se faz necessária e o propósito do negócio quando bem pensados e vividos. Veja bem, praticados, testados e mais ainda, quando você se depara com o resultado sonhado, com aquilo que planejou fluindo, que segue de maneira que você continua a arrastar admiradores só reforça a ideia de que sim, as pessoas produzem muito juntas. Imagine com o olhar na mesma direção, com crenças e valores alinhados, com uma cultura forte focada em bons resultados, com a compreensão do papel que cada um pode desenvolver nesse processo, bem contextualizados aos cenários que surgem por forças maiores.

 

E se mesmo lendo essa humilde opinião, você tem dúvidas da importância dessa base para seu negócio, sua equipe, seu futuro como empreendedor... pare, volte ao início e se pergunte tudo de novo: o porquê da existência da empresa, a partir de quais valores se baseia para resolver as dores do cliente, aonde deseja chegar com seu negócio? E acrescente: O que as pessoas que estão envolvidas em vários aspectos do seu empreendimento produzem quando estão juntas e o quanto isso é importante e diz respeito ao seu caminho ou a trajetória do seu negócio.

Ariane Galdino, jornalista, empreendedora e curadora do blog. - 20/10/2020

Comentários


Júnior

Impossível conseguir resultados diferentes fazendo sempre tudo da mesma forma !!! Muito bom !!! Sensacional !!!

21/10/2020 12:35

Júnior

Impossível conseguir resultados diferentes fazendo sempre tudo da mesma forma !!! Muito bom !!! Sensacional !!!

21/10/2020 12:36

Crisjoias

Isso mesmo. Valeu demais!!!

20/11/2020 13:38

Aline Lucrecio Colares

Ariane vc é show

21/10/2020 12:36

Crisjoias

Obrigada pelo seu carinho e apoio de sempre!

20/11/2020 13:38

Sérgia

Que texto sensível! Muito bom...

21/10/2020 23:34

Crisjoias

Obrigada Sérgia, muito bom saber que passou por aqui!

20/11/2020 13:38

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